A relação de confiança que construímos com alguém, pode ser entendida metaforicamente como um grande balde enchido com água a conta-gotas. Cada gota adicionada ou derramada está relacionada a comportamentos que fortalecem ou enfraquecem esta relação. Em situações extremas de desconfiança, é como se alguém “chutasse o balde”! Por causa de uma única ação destrutiva, pode-se simplesmente nada mais ter dentro dele. E o pior, em alguns casos pode-se perder por completo a possibilidade de se encher novamente.
No trabalho que desenvolvo como Coach e facilitador de capacitações de liderança, tenho observado que problemas de comunicação são os principais obstáculos nas organizações e nos relacionamentos em geral, no que tange o fator confiança. Quando os colaboradores ouvem mentiras de seus líderes, tendem a tornar-se céticos e cínicos, algo muito parecido com a reação às declarações de políticos corruptos. Da mesma forma a mentira por parte do colaborador afeta diretamente no “balde de água” da relação com seu líder, que passa a não confiar em seu comportamento. As duas situações geram maior custo e tempo perdido à empresa.
Um estudo da Mercer Management Consulting de 2005 com mais de 800 empresas nos EUA relata que apenas 40% dos colaboradores acreditam que seus líderes se comunicam honestamente, ou seja, seis em cada dez liderados não acreditam que seus líderes dizem as coisas com franqueza.
Falar francamente é a honestidade em ação e é um dos princípios da integridade. O seu oposto é mentir ou enganar. Mas não basta apenas ser franco, pois é possível se dizer a verdade, mas deixar a impressão errada. Deixar a impressão correta significa comunicar-se tão claramente, que não haja mal-entendido. Quando a franqueza é levada longe demais, existe o risco da comunicação tornar-se brutal e cruel. Uma “conversa franca” pode facilmente tornar-se “franqueza extrema”, e aí você já sabe o que ocorre com o “balde de água”!
É evidente que uma comunicação franca e honesta estabelece uma ótima relação de confiança, mas na maioria das situações é preciso temperá-la com a habilidade, o tato e o bom senso, ou seja, franqueza e respeito devem andar juntos. A isto podemos chamar de comunicação íntegra!
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