quarta-feira, 30 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Valor da Confiança

Em nossa sociedade a CONFIANÇA se tornou paradoxal, visto a intensidade de suas definições e contradições. Na verdade, a sua fartura e ausência nas relações interpessoais motivam diferentes contextos e realidades. Dentro do nosso ambiente doméstico e familiar, ele não só anda em crise, como afastando as pessoas. È claro que a comunicação interfere nesta batalha entre as pessoas, mas é no ambiente organizacional que desejo me deter.
Em nosso mercado de trabalho, as relações interpessoais estão pautadas por várias combinações e ferramentas tecnológicas ou burocráticas de controle, submissão, disfarçados em diferentes conceitos bonitos, modernos, estrangeiros e muitas vezes vazios. Apesar de todo o avanço tecnológico, da criação de diversas ferramentas de gestão de pessoas e de processos nas organizações, continuamos pecando em nossas relações.
Como a maior dificuldade fica na relação entre as pessoas, temos o dever de pensar e articular a respeito da base de qualquer relacionamento interpessoal, a CONFIANÇA.
A CONFIANÇA em muitos grupos de pessoas anda extinto, em muitas “equipes” está bastante teórico, em outras organizações intensamente discursivo e melancólico. Como já sabemos em diferentes estudiosos da Psicologia e da ciência moderna, a confiança é a base que une pessoas, amores, grupos de trabalho, sócios, etc.
Num ambiente de trabalho com pessoas, onde a confiança anda extinta ou periclitante, as relações se transformam, ficam mais burocráticas, mais agressivas, mais defensivas e competitivas. Por maiores que sejam os controles e a burocracia para manter os processos e a transparência nos processos do trabalho, a confiança é a que torna o fluxo do trabalho constante e rumo a perfeição. A falta dela torna o trabalho desgastante, repetitivo, engorda os gatilhos e controles organizacionais. A presença da confiança nas relações de trabalho fortalece o espírito do real conceito de Equipe, viabiliza o fluxo ágil e de qualidade nos caminhos da comunicação, transformando o ambiente de trabalho com mais qualidade.
Muitas vezes construímos ferramentas modernas para aproximar ou controlar as pessoas, e esquecemos que a parte mais essencial do processo para todas estas tecnologias darem certo, é algo tão simples e ao mesmo tempo complexo, a CONFIANÇA.
Mas é aí que mora a grande dificuldade, a confiança não pode ser comprada ou encontrada facilmente nas pessoas, ela demora para ser construída, e o pior, facilmente ela é perdida, e na maioria das vezes, enterrada eternamente após a sua perda.
Enfim, mais importante do que tornarmos mais complexo as “pontes” que ligam as pessoas, é aperfeiçoarmos ambientes de trabalho e conscientizar as pessoas da importância de construir trajetórias de vida pautadas pela ética, transparência, na verdade da comunicação, salientando a força de uma relação alicerçada na CONFIANÇA. A verdade aproxima as pessoas, não afasta.
Este é o grande desafio de qualquer gestor, consultor, de qualquer profissional que deseja construir um ambiente de trabalho que viabilize mais qualidade de vida, ele deve ser um grande caçador de relações interpessoais pautadas na velha, simples e complexa CONFIANÇA.

EVERTON ZAMBON